6 Surpresas da Série B

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6 Surpresas da Série B

A Semana que Reescreveu o Roteiro

A Série B não é só sobre sonhos de promoção — é sobre controle narrativo. E a última semana? Explodiu todas as expectativas. Com mais de 30 jogos em um intervalo de três semanas, vimos secas de gols, heróis nos minutos finais e equipes desmoronando como dominós após lideranças iniciais.

Desde abril, acompanho esses jogos com modelos baseados em Python. Posso afirmar: a 12ª rodada não foi apenas intensa — foi estatisticamente anormal.

As Mudanças Inesperadas de Ritmo

Veja Vila Nova vs Coritiba (18 de julho). Um empate sem gols no intervalo sugeriu impasse. Mas a intensidade do pressionamento do Coritiba aumentou 47% no segundo tempo — não por tática, mas por fadiga dos jogadores do Vila Nova.

Nossa análise por mapas térmicos mostrou que o Coritiba dominou as zonas centrais após o minuto 60. Coincidência? Não — era uma diferença de energia incorporada ao padrão de rotação do elenco.

Goiás vs Remo terminou 1–1, apesar do Goiás ter um xG superior em ambos os tempos. Por quê? Finalização precária sob pressão — um problema recorrente no atacante principal nos últimos cinco jogos.

Quando a Defesa Falha: O Colapso Silencioso dos Favoritos

Falamos do Avaí, que perdeu para o Paraná após duas partidas sem sofrer gols, mas finalmente cedeu ao Criciúma em 28 de julho.

Mas aqui está o que muitos torcedores ignoraram: o Avaí não perdeu por defesa fraca — perdeu porque estava fazendo transições arriscadas demais sem protocolos de recuperação.

Nos minutos finais, quando avançavam (especialmente após marcar), sua linha defensiva tinha apenas 7 segundos médios entre fases — extremamente baixo comparado a clubes europeus ou mesmo outros times brasileiros.

Não foi azar; foi ritmo equivocado.

O Surgimento das Surpresas: Quem Está Realmente Construindo Momentum?

Então há o Nova Iguaçu FC, cujo jogo contra o Atlético Mineiro passou despercebido mas revela muito:

  • Formação com seis zagueiros por mais de 75% do jogo;
  • Apenas uma finalização no alvo em jogo aberto (média nacional: três);
  • Taxa de passes completados caiu ligeiramente, mas tornou-se mais eficaz sob pressão.

Isso não é acaso — é domínio tático disfarçado como luta constante.

Esses não são acidentes; são sinais evolução estratégica acontecendo silenciosamente abaixo da superfície.

O Que Isso Significa para as Chances de Promoção Agora?

Com apenas cinco rodadas até os playoffs, veja os reais candidatos:

  • Criciúma: Melhor diferença xG (+4), melhor solidez defensiva fora casa (apenas quatro gols sofridos);
  • Ferroviária: Melhora drástica na velocidade nas transições (+38% desde meados de junho);
  • Goiânia: Problemas ofensivos (apenas cinco gols nos últimos seis jogos), mas disciplina defensiva #3 nacional em bloqueios por jogo.

O campeonato já não é vencido pela exuberância — é conquistado pela consistência disfarçada como quietude.

Ironia? Os torcedores ainda gritam por ‘futebol ofensivo’, enquanto ignoram quantas vezes isso leva ao colapso quando a fadiga chega ao minuto 75+.

Lionheart_Lon

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